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Parque Ecológico Tietê

Parque Ecológico Tietê

São Paulo – SP – Brasil

1ª fase:
Concepção geral: 1974 a 1976
Núcleo Tamboré: Projeto: 1976 Construção: 1981
Núcleo Eng. Goulart: Projeto: 1979 Construção: 1981

2ª fase:
Núcleo Jacuí: Projeto: 2008 Construção: 2008
Núcleo Jd. Helena: Projeto: 2008 Construção: 2015
Núcleo Any Jaci: Projeto: 2008 Construção: 2015
Núcleo Itaim Biacica: Projeto: 2008 Construção: 2015

Área do terreno
Núcleo Tamboré 2,3 ha
Núcleo Engenheiro Goulart 20 ha
Área de construção
Núcleo Tamboré 3.195 m²
Núcleo Engenheiro Goulart 4.800 m²

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A cidade de São Paulo, ocupada por 11 milhões de pessoas numa área de 900 km2, forma, com a Grande São Paulo, uma das maiores concentrações urbanas do mundo, com uma população de 18 milhões de habitantes. Seu crescimento vertiginoso caracterizou-se sobretudo pela ocupação descontrolada , sem que normas municipais ou projetos de intervenção conseguissem implantar desenhos urbanos para organizar o seu desenvolvimento.
Dentro dessa perspectiva, o Parque Ecológico do Tietê, projeto que prevê a ocupação de uma área de 140 km 2 ao longo do rio que corta em dois tanto a cidade como o Estado de São Paulo, é a garantia de perspectivas sociais e urbanas dignas para essa região: é um desafio que surge como alternativa à periferia formada nos últimos 30 anos; e a reversão de um quadro de desorganização, abandono e caos urbano.
O projeto partiu de algumas considerações fundamentais:
• Não é preciso temer as grandes cidades: a adequada relação entre áreas abertas, áreas verdes e áreas edificadas pode propiciar o equilíbrio urbano, organizando a cidade e possibilitando bonitos espaços para todas as escalas de convivência entre os homens;
• As cidades devem fazer a sua história: elas devem crescer com projetos que marquem culturalmente o seu desenvolvimento, assinalando significativamente as suas etapas histórico culturais;
• Os projetos de intervenção urbana, nas suas concepções gerais, devem anteceder os diagnósticos e estudos de viabilidade econômico-financeira. Esses estudos devem ser respeitados , mas devem servir muito mais para aprimorar e dimensionar as idéias fundamentais inicialmente colocadas. Essa é a forma de garantir o projeto na sua integridade e em sua proposição social e cultural, aspectos que não podem ser omitidos numa intervenção urbana;
• Uma cidade como São Paulo não pode crescer às custas de pequenos projetos – não pode desenvolver-se como somatória de remendos urbanos, como tem em geral ocorrido para cumprir o programa de um mesmo período governamental. É preciso encontrar as formas de garantir a implantação integral de grandes projetos, mesmo que isso ocorra ao longo de mais de uma administração.
Dois núcleos foram implantados. O da Ilha do Tamboré, concluído em 1979, área total de 2,3 hectares e equipamentos como o pavilhão comunitário e o pavilhão de serviço, com respectivamente 1245 m2 e 750 m2 de área coberta, além de restaurantes, teatro ao ar livre, quadras esportivas e ancoradouro para barcos. Quando implantado, recebeu uma média de 40 mil freqüentadores por fim de semana. O núcleo engenheiro Goulart, com área total de 20 hectares foi concluído em 1982. Tem um núcleo comunitário e esportivo com área coberta de 2.925 m2 e um núcleo infantil com área coberta de 1.875 m2, além de viveiro de mudas, piscinas, quadras poli-esportivas e estacionamento, entre outros equipamentos que atenderam às 40 mil pessoas que chegaram a freqüentá-lo nos fins de semana.
Coincidindo com o eixo de desenvolvimento da metrópole, a cidade de São Paulo é cortada no sentido leste-oeste pelo rio Tietê, esse importante referencial urbano. Com o projeto do Parque Ecológico, as avenidas marginais já construídas ao longo do rio afastam-se do seu leito, criando uma faixa com largura média de 800 metros ao longo das margens. O rio é alargado em vários pontos, formando lagos, facilitando o escoamento da água, favorecendo a paisagem e beneficiando a população com equipamentos e atividades culturais e recreativas.
Além de ser um elemento organizador do desenvolvimento da cidade e uma área que integra o verde e a água para o uso coletivo da população, o Parque Ecológico também aumenta o índice de área verde por habitante, que passa, na cidade de São Paulo, de cerca de 1,5 m2 a 10 m2, quase atingindo o índice ideal recomendado pela ONU, que é de 12 m2 de área verde por habitante.
Com a população integral do Parque, as margens do rio passam a ser ocupadas desde a nascente até Santana do Parnaíba, passando pela capital e pelas cidades de Salesópolis, Biritiba-Mirim, Mogi das Cruzes, Itaquaquecetuba, Suzano, Poá, Ferraz de Vasconcelos, Guarulhos, Osasco, Carapicuíba, Barueri e Jandira.
O rio Tietê é o maior patrimônio natural da cidade. A sua despoluição, aliada à ocupação correta das margens, representa a última possibilidade de organização de uma São Paulo moderna para o próximo século.
O projeto do Parque Ecológico delineia um corredor ecológico, propõe a construção de condomínios residenciais para 3 milhões de pessoas. Recupera, com o parque construído ao longo do rio, espaço e qualidade de vida dignos para a cidade de São Paulo, tendo, portanto, dimensões e características da maior importância para a configuração metropolitana da cidade.

Arquitetura: Ruy Ohtake