Edifício FCC – Conde de Sarzedas

O edifício está localizado no centro histórico de São Paulo, a 100 m da Praça da Sé, num trecho que estava degrado, entre a rua Conde de Sarzedas e o Glicério. O castelinho construído ali entre 1880 e 1890, tombado pelo patrimônio histórico, deveria ser preservado, o que levou o projeto a estabelecer um diálogo entre o histórico e o contemporâneo. O projeto participa do programa Operação Urbana Centro, numa parceira entre o poder público e a sociedade civil para a recuperação do Centro Histórico de São Paulo – nesse caso, a Fundação Carlos Chagas, que alugou o edifício para o Tribunal de Justiça do Estado.
Foi desenhada para o local uma torre de 106 m de altura, com 26 andares, cuja planta triangular tem uma das faces curva, recuada, que envolve o antigo edifício restaurado pelo arquiteto Samuel Kruchin.
A fachada curva, com superfícies côncavas e convexas, é uma cortina de vidro, submetido a sofisticados testes de modulação, permeabilidade e resistência. Propicia uma variada gama de reflexos – o céu, a edificação antiga, a cidade e a própria torre. Afirmamos que o reflexo nunca é intencional, só uma consequência. Os vidros são laminados refletivos azuis na face curva e nas outras há uma composição de tons opacos, refletivos fumês e azuis.
Uma praça descoberta liga as duas construções e o acesso ao novo edifício é marcado por pilares circulares revestidos com aço inox, por onde se passa ao hall de entrada com pé-direito duplo. Acima do hall há um piso técnico e acima dele um pavimento que abriga auditório e galeria. Acima, ainda, do auditório, há um amplo salão de eventos servido por cozinha. A partir do terceiro pavimento constitui-se o andar o andar-tipo, com aproximadamente 880 m² de área útil, onde são abrigadas as salas de desembargadores e juízes auxiliares, secretarias e salas para assessores. Há quatro pavimentos em subsolo.